terça-feira, 11 de setembro de 2007

Quadrinhos e Arte Seqüencial


No dia 27/08 (meu aniversário) e nos 3 dias seguintes, ocorreu no IAP o workshop “A linguagem do Quadrinho”, ministrada por Miguel Embiriba (desenhista da mais importante editora européia – a “Dargaud”). Fiquei realmente instigado a escrever um post sobre o assunto, mas, apesar de muito gostar/conhecer/colecionar Quadrinhos, decidi juntar mais algumas informações. Quase uma semana depois, veio cair nas minhas mãos o livro “Os Quadrinhos como uma forma de leitura” de Will Eisner. Acho que agora podemos falar de HQ.

As tirinhas de jornal e as revistas em quadrinho constituem o principal veículo da Arte Seqüencial. As primeiras revistas, lá pela década de 1930, continham várias obras curtas. Com o passar do tempo, o potencial desta forma foi se evidenciando e surgiram produções com mais qualidade, em cores e que atraem um público mais refinado. Hoje as
Graphic Novels (novelas gráficas) são exemplos de como este meio evoluiu. Sandman de Neil Gaiman é o precursor (e meu favorito) entre as histórias em quadrinho a ganhar prêmios que antes eram
exclusivamente literários.

O que gosto nos quadrinhos é que eles têm uma linguagem própria, que utiliza a experiência visual que é comum entre o criador e o público. Mesmo os textos, nas HQs (história em quadrinhos) são tratados como imagem. E isso faz com que estes pareçam muito mais interessantes e parte integrante da cena.

O tempo também é uma dimensão essencial. No cinema e na televisão podemos explorar a forma como cada cena acontece, mas, no universo da arte seqüencial, é necessário encontrar a imagem que exprime qual ação está acontecendo, o que gerou aquela ação e o que ocorrerá com aquela ação.

Uma das formas de trabalhar a questão temporal e sua percepção é através do Timing, que é o uso dos elementos do tempo para obtenção de uma mensagem ou emoção específica. Assim como quando escutamos uma música e percebemos que as notas tem ritmo ou cadência, assim é feito nas artes seqüenciais, conseguindo este efeito através de símbolos ou repetições de quadros que criam uma ilusão quanto a duração dos fatos.

Incrível como, com apenas uma mudança de expressão facial, podemos mudar totalmente o significado de uma fala, não?.


E isso é só o começo. Há muito o que se explorar no ramo das Artes Seqüenciais. Mas pra começar, já fico feliz se o post despertar interesse em ler e conhecer mais através do mundo das HQs.


P.S.: Devido a proposta do blog (e a quantidade de idéias sobre os assuntos tratados), desisti de tentar construir posts mais curtos... mas espero que o texto continue fluindo bem. E prometo compensar a demora por posts em breve!

Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco